COMUNICADO
Em face das informações que fomos recebendo relativamente à organização do Encontro de Escolas de BTT Inter-Regional na cidade de Castelo Branco por parte da ACBI – Associação de Ciclismo da Beira Interior, vimos por este meio expor o seguinte:
O BTTGardunha desenvolveu, já há vários anos, contactos com a Federação Portuguesa de Ciclismo na pessoa do seu presidente na altura, Delmino Pereira e com o Coordenador da mesma Federação para os escalões de formação, Sr. José Marques, no sentido de trazer um Encontro de Escolas Inter-Regional de BTT para a cidade do Fundão. Em face do elevado número de clubes de ciclismo que existem noutros pontos do país quando comparados com os da Beira Interior, esta proposta, nunca tendo sido rejeitada, foi sempre adiada.
Finalmente, no presente ano de 2025, a FPC atribuiu à nossa zona, através de ACBI, a realização desta prova. Esperávamos por isso que esta nos fosse entregue por parte da ACBI, pois, pelos esforços desenvolvidos ao longo destes últimos anos, por possuirmos uma das duas únicas escolas de BTT existentes na zona, pela experiência que temos adquirido na organização de eventos de BTT e por tudo o que temos feito em prol do desenvolvimento da modalidade, achamos que o merecíamos e era uma escolha óbvia.
Sem consultar os clubes interessados e sem ter em conta as nossas pretensões, a ACBI tomou para si a organização do referido encontro de escolas de BTT, com o intuito de o realizar na cidade de Castelo Branco onde não existe nenhuma escola de BTT em funcionamento. Os motivos para esta decisão devem por isso ser dados pela ACBI, que a nós nunca nos foram explicados. Queremos lembrar os dirigentes da ACBI que esta prova só é entregue a esta zona porque nela existem duas escolas de formação (nenhuma delas da cidade de Castelo Branco) e que têm ao longo destes últimos anos sido obrigadas a realizar milhares de kms para poderem participar em encontros inter-regionais em toda a zona sul do país. A título de exemplo ainda no fim-de-semana de 22 e 23 de março estivemos com os nossos atletas no Algarve. Ao contrário do que os dirigentes da ACBI pensam ou dizem, não é pelos bonitos olhos deles que a prova foi atribuída à nossa zona, mas sim devido ao trabalho que as duas escolas de BTT do distrito têm vindo a desenvolver, e aos contactos realizados pelo nosso clube no sentido de conseguirmos realizar aqui um encontro.
A realização desta prova na cidade do Fundão seria muito importante para a projeção da nossa escola e para possivelmente podermos receber novos praticantes. Num desporto onde os clubes têm muita dificuldade em se financiarem, onde apenas existem receitas de patrocínios/subsídios, a organização de provas pode, em alguns casos, ajudar num orçamento de um clube, podendo atrair investidores e lançando bases para parcerias futuras.
Ao longo do ano, o nosso clube paga mais de dois mil euros em licenças desportivas, mais de mil e quinhentos euros em taxas apenas para organização de provas sob alçada da Federação e ACBI. Pagamos as deslocações, estadias e outros custos diários aos delegados das mesmas entidades. Fazemo-lo porque fazemos questão de ser uma das principais coletividades que trabalha para promover a modalidade na Beira Interior. O mínimo que a ACBI podia fazer era reconhecer este esforço e a nossa intenção e desejo. Mas decidiu não o fazer.
Infelizmente, este não é o primeiro episódio onde o nosso clube se sente esquecido pela ACBI. Há dois anos atrás, tendo sido atribuída pela Federação Portuguesa de Ciclismo à ACBI uma prova da Taça de Portugal de Maratonas, manifestamos na altura ao antigo presidente da ACBI a nossa intenção de a poder organizar, pois temos uma equipa que disputa a Taça de Portugal de XCM e que luta por grandes objetivos nessa. Dessa nossa intenção, fomos informados que a prova estava prometida ao Sabugal, afinal passados uns tempos a prova passou para Pinhel e … acabou pela ACBI não entregar a prova a ninguém e perdeu-a para a Associação de Ciclismo de Santarém.
Lamentamos por isso a forma como a ACBI olha unicamente para o seu umbigo em vez de trabalhar com os clubes e colaborar com eles no desenvolvimento da modalidade, prioridade máxima de uma Associação, pensávamos nós. Uma Associação de Ciclismo tem vários meios de se financiar e não pode de maneira nenhuma querer competir com os seus associados na disputa de organização de eventos, quando há neles clubes e equipas interessadas em os realizar. Uma Associação de Ciclismo deve ser uma defensora dos interesses dos seus associados, infelizmente não vemos esta postura por parte da ACBI.
Como o nosso clube não se revê nesta forma de estar da ACBI, vimos por este meio informar que a partir de hoje o BTTGardunha não irá participar em mais nenhuma prova que esteja sob alçada direta da ACBI, pedindo desculpa a todos os clubes e associações que vão organizar provas no âmbito do calendário regional de provas da ACBI.
Vamos ainda solicitar à Federação Portuguesa de Ciclismo que, na Taça de Portugal de XCO a realizar na cidade do Fundão nos dias 28 e 29 de junho 2025, não esteja presente nenhum comissário ou juiz pertencente aos quadros da ACBI.
Apesar destas contrariedades e de sentirmos que, em virtude do vivermos no interior e onde as políticas de quem dirige a modalidade não nos ajudarem nem contribuírem para o desenvolvimento da mesma, vamos brevemente tentar mostrar que há coletividades que são muito maiores, mais empenhadas e mais criativas que os egos dos dirigentes associativos.
Em breve teremos novidades.
Fundão, 28 de março de 2025
A Direção
